O ranking da edição de Março 2020 da consultora FocusEconomics sobre esta região africana coloca Angola com um Produto Interno Bruto (PIB) para este ano de 72 mil milhões de dólares, longe dos 106 mil milhões do Quénia e os USD 121 mil milhões de dólares estimados para a Etiópia.
Angola fica ainda assim distante dos 535 mil milhões da Nigéria e dos 363 mil milhões de dólares da África do Sul, as duas maiores economias africanas.
Em declarações à Angop, Carlos Rosado frisou que tal classificação pode ser mudada com a diversificação da economia do país, aliado ao investimento privado, mas alerta para a necessidade de um bom ambiente de negócios em Angola.
De acordo com os dados apresentados pela FocusEconomics, em 2019, Angola já tinha sido ultrapassada pelo Quénia, que avançou o PIB para 96,7 mil milhões de dólares, o que comparava com os 85,8 mil milhões de Angola em 2019.
De acordo com o economista, é necessários que se invistam nos mais variadas sectores da actividade económica do país, diferente do que acontecia, lembrando que durante muitos anos, Angola só dependia das receitas provenientes do petróleo, o que de alguma forma tornou até possível a desvalorização da moeda nacional.
"A economia angolana parece ter continuado presa em recessão no último trimestre do ano passado, depois de ter contraído ao ritmo mais rápido no durante o terceiro trimestre", lê-se na parte do relatório sobre Angola.
O economista angolano realça a importância de produzir para a exportação não tradicional, pois se o país aumentar as exportações das matérias-primas em bruto, volta-se à mesma situação de depender do mercado mundial para fixação dos preços, um domínio no qual Angola não tem influência suficiente.
A este respeito, o relatório da consultora FocusEconomics ressalta que a actividade no sector petrolífero aparentemente caiu outra vez, com a queda na produção doméstica a ser suficiente para compensar o aumento dos preços a nível internacional.
No relatório, os analistas da FocusEconomics sublinham que a desvalorização da moeda nacional o Kwanza prejudicou ainda mais a despesa das famílias.
Afirmou que Angola deve criar um modelo de desenvolvimento sustentável, centrado no homem angolano e no seu bem-estar e assente em princípios da modernidade e de abertura ao exterior, com a iniciativa privada como força motriz.
Carlos Rosado entende que o Estado deve criar um ambiente apropriado para o exercício da actividade económica, por meio da promoção da estabilidade e complementaridade estratégica entre o investimento público e privado.
In ANGOP 27 de Fevereiro de 2020